João do Alto
de Siba
Ao modo de aves cruzando as alturas
Milhares de peixes vermelhos e azuis
Na cega certeza de algum que conduz
Percorrem distâncias nas águas escuras
Mas no oceano tem mais criaturas
Que esperam famintas pra lhes devorar
E aqueles que escapam vão ter de esbarrar
Que nem peregrinos exaustos de sede
Nos braços dos homens que arrastam a rede
Cantando ciranda na beira do mar
Pegando carona nas grossas correntes
Se vão tartarugas de cascos brilhantes
Que embarcam no rumo de praias distantes
Que servem de berço pra seus descendentes
Que rasgam os ovos e emergem valentes
E correm sozinhas para se salvar
Mas só uma ou outra consegue chegar
Nas águas salgadas que impedem o abraço
Das garras das aves de bico de aço
Que cantam ciranda na beira do mar
Coqueiros parecem vigias felizes
Que zombam do tempo que engole os humanos
E assim passam dias e meses e anos
Não cedem, não cansam, não tem cicatrizes
Mas o tempo aponta pra suas raízes
As águas começam a se aproximar
Roendo as entranhas pra lhes derrubar
Que nem condenados, pendendo, penosos
Nos braços dos ventos morrendo orgulhosos
Cantando ciranda na beira do mar
Com olhos de vidro de cores berrantes
Balançam edifícios de quarenta andares
Que olhados de longe se parecem altares
Do culto esquecido de uns deuses gigantes
Que rompem os tempos dizendo arrogantes
Que os ventos libertos não podem passar
E atrás das colunas que agarram o ar
Uns tantos se espremem sentindo os mormaços
Nas sombras de uns poucos que miram os espaços
Cantando ciranda na beira do mar
Eu vivo pisando nas mesmas areias
Que o mar passa os dedos e acaricia
Nas noites de lua com brisa macia
Escuto o chamado das mesmas sereias
Me sento nas pedras que nas marés cheias
As águas procuram pra se arremessar
Que nem combatentes que vem guerrear
Sem ter esperança de fama ou de glória
Se acabam em espuma, se apagam da história
Cantando ciranda na beira do mar
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